Líderes dizem que prazo estabelecido para votação
da Previdência é muito curto
Apesar de ser do mesmo partido de Marcelo Ramos, que defende análise da
proposta até o fim de junho, o deputado da Paraíba Wellington Roberto, também
não confia na programação.
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Publicado em07.05.2019 às 12:06
Wellington Roberto é do mesmo partido
do deputado que quer que a proposta seja analisada em dois meses (Foto:
Arquivo)
Líderes
de partidos na Câmara defendem um prazo mais longo para que a comissão especial
vote a reforma da Previdência.
O
presidente do colegiado, Marcelo Ramos (PR-AM), quer que a proposta seja
analisada até o fim de junho - quase dois meses após a instalação da comissão.
O ex-presidente Michel Temer precisou de três meses nesta fase, quando tentou aprovar um projeto para endurecer as regras de aposentadorias e pensões.
O ex-presidente Michel Temer precisou de três meses nesta fase, quando tentou aprovar um projeto para endurecer as regras de aposentadorias e pensões.
O
líder do DEM, Elmar Nascimento (BA), questiona o prazo proposto por Ramos.
"E ele combinou isso com os russos? Eu não acredito que ele vá conseguir
aprovar a reforma nesse tempo. Vamos discutir [esse calendário]".
Nesta
segunda-feira (6), o presidente da comissão começou a articular o apoio ao
calendário traçado junto com o governo e com o relator da reforma da
Previdência, Samuel Moreira (PSDB-SP).
Apesar
de ser do mesmo partido de Ramos, o líder do PR, Wellington Roberto (PB),
também não confia na programação.
"O
debate na comissão tem que ser profundo e alguns pontos vão surgir na
discussão. Vou apresentar isso a ele [presidente da comissão]".
O
líder do PP, Arthur Lira (AL), afirmou que ainda não discutiu o assunto com o
presidente da comissão especial e que um calendário enxuto pode ser prejudicial
à proposta.
"O
governo ainda não tem os 308 votos necessários [para aprovar a reforma] no
plenário da Casa. Acelerar essa votação não seria bom".
A
ideia do presidente da comissão é realizar uma maratona de debates em maio para
que Moreira apresente o relatório no começo de junho. O parecer seria votado
até o fim de junho na comissão e, em julho, no plenário.
Mas
junho é tradicionalmente um mês em que a Câmara não trabalha todas as semanas
para que deputados, especialmente do Nordeste, compareçam às festas de São
João.
"Fácil não é, porque o governo tem atrapalhado mais do que ajudado na reforma", diz o líder do Podemos, José Nelto (GO).
"Fácil não é, porque o governo tem atrapalhado mais do que ajudado na reforma", diz o líder do Podemos, José Nelto (GO).
O
parlamentar defende, porém, que o recesso parlamentar seja suspenso em 2019
para que a Câmara conclua a tramitação até o final de julho.
Parlamentares
dizem, porém, que é muito pouco provável que se consiga segurar o Parlamento
sem o tradicional recesso no meio do ano. Mesmo o presidente da Câmara, Rodrigo
Maia (DEM-RJ), que goza de prestígio entre o centrão, teria dificuldades para
fazer os deputados virem a Brasília nessa época.
No
MDB, também há dúvidas se aliados do presidente Jair Bolsonaro conseguirão impedir
que ações planejadas pela oposição atrasem o cronograma da reforma.
O mesmo sentimento é encontrado na cúpula do PRB.
O mesmo sentimento é encontrado na cúpula do PRB.
Segundo
o presidente da comissão, a votação da proposta em junho é apenas uma previsão
e poderá ser ajustada. "Se três ou quatro partidos forem votar contra a
reforma por causa da data, eu não colocaria em votação".
Ramos
tem, na manhã desta terça (7), reunião com partidos contrários a Bolsonaro para
discutir o calendário.
A
líder da minoria, Jandira Feghali (PcdoB-RJ), quer estender o plano de trabalho
costurado pela cúpula da comissão com o governo.
"Vamos
discutir a necessidade de ampliação desse prazo. Nós queremos que seja cumprido
o regimento e o prazo de 40 sessões [do plenário] para uma comissão
funcionar".
Assim,
a proposta seria votada na comissão em julho ou agosto, adiando a análise pelo
plenário para a volta do recesso de julho.
Na
tarde desta terça, a comissão deve se reunir para aprovar o plano de trabalho e
a ordem das audiências públicas.
Ramos
quer que a equipe econômica participe do debate ainda nesta semana. Isso
depende de acordo com os líderes do colegiado.
FONTE:
CLICKPB
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